sábado, 29 de março de 2014

PARÁ TERÁ O MAIOR TERMINAL DE CARGAS DA AMAZÔNIA

                               

Empresários aderem ao projeto da Plataforma Logística do Guamá



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O Pará dá um passo decisivo para se tornar um dos maiores centros logísticos de movimentação de cargas do Brasil. O avanço foi obtido na última quarta-feira, 26 de Março, com a adesão de cerca de 40 empresários da Região Norte ao projeto de construção da Plataforma Logística do Guamá.

Trata-se de um gigantesco empreendimento a ser construído na localidade de Inhangapi, em Castanhal, a 70 quilômetros de Belém, para servir a princípio como entreposto rodofluvial aos produtos oriundos e aos insumos destinados à Zona Franca de Manaus.

Mas o projeto vai além. Prevê a transformação de uma área de 12 mil hectares às margens do rio Guamá na mais moderna plataforma intermodal de operação de cargas da Amazônia.

A infraestrutura será adequada para a construção de estações privadas de transbordo, para a instalação de um porto público de médio porte e para o nascimento de um grande distrito industrial e naval.

Mais do que um corredor logístico, a Plataforma do Guamá oferecerá um novo modelo de desenvolvimento para o nNordeste paraense. Funcionará como um "cluster", fomentando desde a verticalização de cadeias produtivas afeitas aos operadores envolvidos até setores como o de reparo de embarcações.

É um projeto com impactos positivos na geração de empregos, no desenvolvimento sustentável, no combate à pobreza e à desigualdade regional, e com reflexos até mesmo na mobilidade urbana da capital paraense e na qualidade de vida dos moradores da região metropolitana de Belém.

Quando for inaugurada, a Plataforma Logística retira das ruas de Belém milhares de caminhões que cruzam a cidade todos os dias. Atualmente, os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus são trazidos de navio até os portos localizados na rodovia Arthur Bernardes e de lá transportados aos seus destinos por via rodoviária. Antes de alcançar as rodovias federais de ligação com o Nordeste, cerca de 1.500 caminhões por dia, em média, atravessam Belém.


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"Imagine o alívio que representa para a cidade a transferência desses veículos pesados, que atravancam o tráfego, para a Plataforma Logística do Guamá", observa Alexandre Araújo, coordenador de logística da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).

"A Plataforma terá as condições ideais de escoamento, estacionamento e operação desses veículos, além de conectar o transporte rodoviário ao fluvial sem provocar prejuízos ao espaço urbano", garante o titular da pasta, David Leal. "Sem falar no fato de que o transporte de cargas vai tornar-se mais rápido, barato e eficiente", acrescenta.

No final da reunião, os empresários decidiram que vão consolidar suas contribuições em relação ao projeto, para apresentá-las ao governador em um novo encontro, no dia 16 de abril, dando início a uma inédita agenda conjunta de trabalho entre governo do Pará e empreendedores dessa área.

Fonte:  O liberal

DiNHEIRO DA REFINARIA AMERICANA PODE TER FINANCIADO CAMPANHA DE LULA E DILMA

Agora começa a fazer sentido o escândalo da Petrobrás, talvez um dos maiores na sucessão de malfeitos do Gov. Dilma, nesse quadro abaixo, mostra as ligações que podem ter justificado a estranha transação: O Financiamento de campanhas eleitorais, no caso, de Lula e de Dilma. Dada a repercussão extremamente negativa, juntando com outros desastrados negócios do Governo, o episódio pode custar caro à Dilma nas eleições de Outubro, daí que uma CPI da Petrobrás será o golpe fatal em um Governo que está à deriva já há algum tempo, veja abaixo:



Fonte: Assessoria de Álvaro Dias

terça-feira, 25 de março de 2014

Completam-se 15 anos do bombardeio devastador dos EUA/OTAN na Iugoslávia, relembre em fotos




  1. Homenagem ao povo Sérvio, que sabe o que é sofrer genocídio nas mãos dos EUA e da OTAN.


O presidente dos EUA Bill Clinton anunciou o lançamento dos ataques contra a Iugoslávia em um discurso em 24 de marco de 1999 justificando-a como "intervenção humanitária" para evitar que "a repressão brutal" das forças jugoslavas contra a maioria albanesa da província sérvia do Kosovo. "Também é importante para o interesse nacional dos EUA", acrescentou.

A "intervenção humanitária" custou 2.000 civis mortos durante 78 dias de ataques aéreos devastadores lançadas pela OTAN contra a Iugoslávia em 1999. Em seguida, os cidadãos de um país europeu passaram a se acostumar a se esconder em abrigos antiaéreos e orar por seus entes queridos.

O que parecia ser um filme de terror tornou-se uma realidade para uma nação inteira durante a Operação Allied Force , que durou 78 dias entre 24 de Março e 10 de junho de 1999, a OTAN lançou um total de 2.300 mísseis em alvos de 990 e 14.000 bombas sobre o território da Iugoslávia, um país que se desintegrou após uma série de conflitos étnicos na década de 90 e , em 1999, estavam presentes apenas a Sérvia e Montenegro. Só a capital Belgrado foi bombardeada 212 vezes .







Um fato lamentável da história da humanidade, em pleno coração da Europa, com razões poucos paupáveis e sempre com os interesses escusos do Ocidente por trás, e nessa hora em que a tensão volta na Europa, com a crise Ucraniana que Washington criou, esperemos que esse 15º aniversário das atrocidades cometidas pelos EUA e OTAN não se repitam mais.

Fonte: RT

Abaixo as fotos do conflito nos Links, (Imagens Fortes) :


sexta-feira, 21 de março de 2014

Vladimir Putin, presidente da Rússia - Discurso sobre a Integração da Crimeia

Kremlin, Moscou – Tradução: Vila Vudu

“Membros do Conselho da Federação, deputados à Duma, boa tarde. Representantes da República da Crimeia e Sevastopol estão hoje conosco. Cidadãos da Rússia que estão conosco hoje, moradores da Crimeia e de Sevastopol.

Caros amigos, nos reunimos hoje em conexão com uma questão que tem significação vital, histórica, para todos nós. Dia 16 de março realizou-se um referendo na Crimeia, que seguiu todos os procedimentos democráticos e normas internacionais.

Mais de 82% do eleitorado compareceu para votar. Mais de 96% deles manifestaram-se a favor da união com a Rússia. Esses números falam por eles mesmos.

Para compreender a razão por trás dessa escolha, basta conhecer a história da Crimeia e o que Rússia e Crimeia sempre significaram uma para a outra.

Tudo na Crimeia fala por nossa história e nosso orgulho partilhado. Ali está a antiga Khersones, [1] onde o príncipe Vladimir foi batizado. Uma destinação espiritual para adotar a Ortodoxia predeterminou a base geral da cultura, da civilização e dos valores humanos que unem os povos de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia. Os túmulos dos soldados russos que com bravura trouxeram a Crimeia para o Império Russo também estão na Crimeia. E há também Sevastopol – cidade legendária, com longa história, uma fortaleza que serviu como local de nascimento da Frota Russa do Mar Negro. A Crimeia é Balaklava e Kerch, Malakhov Kurgan e Sapun Ridge. Cada um desses lugares é caro aos nossos corações e simboliza a glória militar e destacada coragem dos russos.

Crimeia é mistura única de diferentes povos, culturas e tradições. O que torna a Crimeia semelhante à Rússia como um todo, onde jamais se perdeu um único grupo étnico ao longo dos séculos. Russos e ucranianos, tártaros crimeanos e povos de outras etnias sempre viveram lado a lado na Crimeia, sem perder a própria identidade, suas tradições, seu idioma e sua fé.

Vale lembrar que a população total da península da Crimeia é hoje de 2,2 milhões de pessoas, das quais quase 1,5 milhão são russos; 350 mil são ucranianos que predominantemente considera o russo como seu idioma nativo; e cerca cie 290-300 mil tártaros crimeanos, os quais, como o referendo mostrou, também votaram pela união à Rússia.

É verdade que houve tempo em que os tártaros crimeanos foram tratados com terrível injustiça, como vários outros povos na URSS. Só posso dizer uma coisa, nesse caso: milhões de pessoas de várias etnias sofreram naquelas repressões, primariamente os próprios russos.

Os tártaros crimeanos retornaram à região natal. Entendo que temos de empreender todas as decisões necessárias, políticas e legislativas, para finalizar a reabilitação dos tártaros crimeanos, restaurar todos os seus direitos e devolver-lhes o nome limpo que sempre tiveram.

Temos grande respeito pelos povos de todos os grupos étnicos que vivem na Crimeia. Essa é a casa comum deles todos, terra mãe deles todos, e é pleno direito de todos – e sei que a população local apoia essa ideia – que a Crimeia tenha três idiomas nacionais com direitos iguais: o russo, o ucraniano e o tártaro.

Colegas,

No coração e mente do povo, a Crimeia sempre foi parte inseparável da Rússia. Essa firme convicção é baseada na verdade e na justiça e foi transmitida de geração a geração ao longo do tempo, sob todas as circunstâncias, apesar das muitas mudanças dramáticas pelas quais passou nosso país ao longo de todo o século 20.

Depois da revolução, os bolcheviques, por várias razões – e que Deus as julgue – acrescentaram várias partes do sul histórico russo à República da Ucrânia. Foi feito sem qualquer consideração à constituição étnica da população, e essas áreas hoje formam o sudeste da Ucrânia. Depois, em 1954, foi decidida a transferência da região crimeana para a Ucrânia, junto com Sevastopol, apesar de essa já ser cidade federal. Foi iniciativa pessoal do chefe do Partido Comunista Nikita Khrushchev. O que havia por trás de sua iniciativa – um desejo de obter o apoio do establishment político ucraniano; ou de expiação, pelas repressões massivas dos anos 1930s na Ucrânia, é coisa que cabe aos historiadores identificar.
O que conta hoje é que aquela decisão foi tomada numa clara violação das normas constitucionais então vigentes. Foi decisão tomada nas coxas. Naturalmente, em estado totalitário ninguém se deu o trabalho de consultar os cidadãos da Crimeia e de Sevastopol. Eles foram apresentados ao fato consumado. As pessoas, é claro, perguntaram-se por que a Crimeia teria sido convertida em parte da Ucrânia. Mas no todo – e isso tem de ser dito bem claramente –, e todos sabemos disso, aquela decisão foi tratada como uma superficialidade, porque o território foi transferido dentro das fronteiras de um mesmo Estado. Naquele momento, ninguém imaginaria que Ucrânia e Rússia pudessem vir a dividir-se e tornarem-se dois estados separados. Mas foi o que aconteceu.

Infelizmente, o que parecia impossível tornou-se realidade. A URSS esfacelou-se. As coisas aconteceram tão rapidamente que poucos se aperceberam o quanto foram eventos realmente dramáticos e quais as consequências que deles adviriam. Muita gente, na Rússia e na Ucrânia, como também em outras repúblicas, esperavam que a Comunidade de Estados Independentes [ing. Commonwealth of Independent States] então criada tornar-se-ia a nova forma para os novos estados. Foi-lhes dito que haveria moeda comum, um único espaço econômico, forças armadas conjuntas; mas tudo isso não passou jamais de promessas vazias, ao mesmo tempo em que o grande país se desfazia. Foi só então, quando a Crimeia acabou por ser parte de outro país, que a Rússia deu-se conta de que não apenas fora roubada: a Rússia fora saqueada.



Ao mesmo tempo, temos de admitir que, ao encaminhar o fim da soberania, a própria Rússia contribuiu para o colapso da União Soviética. E quando esse colapso foi legalizado, todos esqueceram sobre a Crimeia e Sevastopol – base principal da Frota do Mar do Norte. Milhões de pessoas foram dormir num país e acordaram em países diferentes, da noite para o dia convertidas em minorias étnicas nas repúblicas ex-soviéticas. E a nação russa passou a ser um dos maiores, se não o maior grupo étnico do mundo, a ser dividido por fronteiras.

Agora, muitos anos depois, ouço residentes da Crimeia dizer que lá, em 1991, foram jogados de um lado para o outro como saco de batatas. Difícil discordar. E sobre o estado russo? Aceitou humildemente a situação. O país naquele momento enfrentava tais dificuldades que, em termos bem realistas, estava incapaz de proteger os próprios interesses. Mas o povo jamais aceitou aquela injustiça histórica ultrajante. Por todos esses anos, cidadãos e inúmeras figuras públicas voltaram à questão, sempre a dizer que a Crimeia é historicamente terra russa e que Sevastopol é cidade russa. Sim, todos nós sabemos disso, em nossos corações e mentes, mas tivemos de trabalhar sempre a partir da realidade posta, e construir boas relações de vizinhança com uma Ucrânia independente, sobre novas bases. Ao mesmo tempo, nossas relações com a Ucrânia, com o fraternal povo ucraniano, sempre foram e continuarão a ser de importância capital para nós.

[Aplausos]

Hoje podemos falar abertamente, e quero partilhar com vocês alguns detalhes das negociações que aconteceram no início dos anos 2000s. O então presidente da Ucrânia, Sr. Kuchma pediu-me que apressasse o processo de delimitar a fronteira russo-ucraniana. Naquele momento, o processo, na prática, estava parado. A Rússia parecia ter reconhecido a Crimeia como parte da Ucrânia, mas não houve qualquer negociação para delimitação das fronteiras. Apesar da complexidade da situação, dei instruções às agências do nosso governo para que apressassem o trabalho para documentar as fronteiras, de modo que todos tivessem claro entendimento de que, ao concordar em delimitar as fronteiras, nós aceitávamos admitir, de facto e de jure que a Crimeia era território ucraniano – e dava-se a questão por resolvida.

Tranquilizamos a Ucrânia, não só no que tinha a ver com a Crimeia, mas também numa questão complicada como a fronteira marítima no Mar de Azov e o Estreito de Kerch. O que nos moveu então foi a ideia de que nos interessava, mais que qualquer disputa territorial, ter boas relações com a Ucrânia. Mas esperávamos que a Ucrânia continuasse a ser boa vizinha, esperávamos que os cidadãos russos e falantes do russo na Ucrânia, especialmente os que viviam no sudeste e na Crimeia, continuariam e viver em estado amigo, civilizado e democrático que protegeria os direitos deles e se pautaria pelas normas da lei internacional.
Mas a situação não andou nessa direção. Várias vezes houve tentativas de privar os russos de sua memória histórica, até do próprio idioma, e de submetê-los a assimilação forçada. Além disso, os russos, como outros cidadãos da Ucrânia estão sofrendo sob crises políticas e de estado repetidas, que vêm sacudindo o país há mais de 20 anos.

Entendo por que o povo ucraniano desejou mudanças. Já se haviam fartado das autoridades no poder durante os anos da independência da Ucrânia. Presidentes, primeiros-ministros e deputados mudavam, mas a atitude deles em relação ao país e seu povo permanecia inalterada. Saquearam o país, combateram entre eles mesmos pelo poder, bens e fluxos de dinheiro e pouca atenção deram ao povo comum. Não é surpresa a causa de milhões de cidadãos ucranianos já não vissem qualquer futuro no país e tenham partido para outros países, tentando ganhar a vida como trabalhadores diaristas. Quero destacar isso: não voaram para algum Vale do Silício; viajaram para tentar ganhar a vida como trabalhadores braçais, diaristas. Só no ano passado, quase três milhões de pessoas encontraram esses empregos na Rússia. Segundo algumas fontes, em 2013 esses trabalhadores ganharam na Rússia mais de $20 bilhões – equivale a 12% do PIB da Ucrânia.

Quero reiterar que compreendo os que saíram à praça Maidan levando seus slogans pacíficos contra a corrupção, contra a administração ineficiente do estado e contra a pobreza. O direito ao protesto pacífico, eleições e outros procedimentos democráticos existem exclusivamente para a finalidade de substituir governantes que não satisfaçam ao povo. Mas os que estavam por trás dos recentes eventos na Ucrânia tinham uma agenda diferente: estavam preparando já outra derrubada de regime; queriam o poder para eles e nada os deteria. Recorreram ao terror, ao assassinato, à violência nas ruas.
Aquele golpe foi executado por nacionalistas, neonazistas, russófobos e antissemitas. E continuam a determinar o tom na Ucrânia ainda hoje.

As novas ditas ‘autoridades’ começaram por fazer aprovar lei para alterar a política linguística, o que foi infringir diretamente os direitos das minorias étnicas. Na sequência, como se viu, aqueles políticos foram imediatamente ‘disciplinados’ pelos seus patrocinadores estrangeiros.

Tem-se de admitir que os mentores e patrocinadores dessas atuais autoridades são espertos e sabem bem a que podem levar essas tentativas de criar um ‘puro’ estado ucraniano. A lei dos idiomas foi descartada – mas não há dúvidas de que permanece reservada para o futuro. Hoje já poucos falam desse atentado, provavelmente confiantes na memória curta das pessoas. Mas não há como não ver as intenções bem claras desses herdeiros ideológicos de Bandera, que foi cúmplice de Hitler na 2ª Guerra Mundial.

Também é óbvio que não há agora autoridade executiva legítima na Ucrânia, nenhum governo com que se comunicar. Muitas agências do governo foram tomadas pelos golpistas, mas não conseguem controlar o país; de fato, eles mesmos – e é importante destacar isso – são controlados pelos radicais. Em alguns casos, é preciso autorização especial dos militantes na praça para encontrar alguns ministros do atual governo. Não é piada. É a realidade.

Os que se opuseram ao golpe foram imediatamente ameaçados de serem reprimidos. Claro que os primeiros da fila foram os crimeanos – a Crimeia que fala russo. Por isso, os moradores da Crimeia e de Sevastopol voltaram-se para a Rússia, pedindo ajuda para defenderem seus direitos e a própria vida, e para impedir que continuassem os eventos que prosseguem, de fato, até hoje, em Kiev, Donetsk, Carcóvia e outras cidades ucranianas.

Evidentemente, não poderíamos deixar inatendido aquele pedido; não poderíamos abandonar a Crimeia e seus residentes, naquele momento de angústia. Abandoná-los seria traí-los.

Em primeiro lugar, tivemos de criar condições para que os residentes na Crimeia, pela primeira vez na história pudessem manifestar pacificamente e livremente a própria vontade sobre o próprio futuro. Mas... e o que se ouviu de nossos colegas na Europa Ocidental e na América do Norte? Disseram que nós estaríamos violando normas da lei internacional. Para começar, é muito bom que, afinal, eles pelo menos se lembrem de que há lei internacional: antes tarde, que nunca.

Em segundo lugar, e mais importante – que lei, exatamente, nós estaríamos violando?

Sim, o presidente da Federação Russa recebeu autorização da Câmara Alta do Parlamento para usar Forças Armadas na Ucrânia. Mas, falando em termos estritos, ninguém ainda se serviu dessa permissão. As forças armadas da Rússia jamais entraram na Crimeia: elas já estavam lá, amparadas e em perfeita concordância com os termos de um acordo internacional válido e vigente.

Sim, ampliamos nossas forças lá. Mas – e quero que todos ouçam bem isso – em nenhum momento excedemos o número limite de soldados das Forças Armadas russas na Crimeia, que os tratados estipulam em 25 mil soldados. Não houve, sequer, necessidade de fazê-lo.

Outro ponto. Quando declarou a independência e decidiu organizar um referendo, o Conselho Supremo da Crimeia amparou-se na Carta das Nações Unidas, que declara o direito das nações à autodeterminação. Gostaria de lembrar aqui que, quando a Ucrânia separou-se da URSS, fez exatamente o mesmo, quase que passo a passo. A Ucrânia, naquele momento, usou o mesmo direito que, agora, quer negar aos moradores da Crimeia. Por quê?

Além disso, as autoridades da Crimeia fizeram referiram o bem conhecido precedente do Kosovo – precedente que nossos colegas ocidentais criaram com as próprias mãos em situação muito similar, quando acertaram unilateralmente que separar o Kosovo da Sérvia era procedimento legítimo e não exigia qualquer permissão das autoridades centrais da Sérvia. Nos termos do Artigo 2º, Capítulo 1 da Carta das Nações Unidas, a Corte Internacional de Justiça da ONU concordou com essa abordagem e decidiu nos seguintes termos, em decisão do dia 22/7/2010 [cito]: “Nenhuma proibição geral pode ser inferida da prática do Conselho de Segurança sobre declarações de independência” e “a lei internacional geral não contém nenhuma proibição de declarações de independência”. Cristalinamente claro, como dizem eles.
Não gosto de citações, mas nesse caso são inescapáveis. Aqui, cito outro documento oficial: a Declaração Escrita dos EUA, de 17/4/2009, submetida à mesma Corte Internacional de Justiça, em conexão às audiências sobre o Kosovo. Cito: “Declarações de independência podem violar e seguidamente violam legislação doméstica. Mas isso não implica violação da lei internacional”. Eles escreveram isso, eles disseminaram esse entendimento pelo mundo, todos concordaram. Agora, se mostram ofendidos. Ofendidos por quê? As ações do povo da Crimeia estão absolutamente conforme essas instruções. Por algum motivo, há coisa que os albaneses do Kosovo (pelos quais tenho integral respeito) podem fazer, mas russos, ucranianos e crimeanos não podem fazer... E fica-se sem entender por quê.

Não paramos de ouvir, de EUA e Europa Ocidental, que o Kosovo seria, de algum modo, caso à parte. O que o tornaria tão especial aos olhos de nossos colegas? Responderam que assim era, porque o conflito no Kosovo resultou em tantas mortes. E esse é argumento legal? A Corte Internacional nada diz sobre isso. Não se trata sequer de haver dois pesos e duas medidas que se usem caso a caso. Trata-se de inacreditável, primitivo, brutal cinismo. Ninguém deve sequer tentar tão simploriamente desvirtuar qualquer coisa para favorecer os próprios interesses, dizendo hoje que uma coisa é branca; e amanhã, que é preta. Se se aceitasse aquele argumento, a fórmula para legalizar qualquer conflito seria produzir o maior número possível de mortes.

Declaro aqui, bem claramente – se as unidades de autodefesa da Crimeia não tivessem conseguido pôr a situação sob controle, lá também haveria mortes. Para nossa felicidade, não aconteceu. Não houve um, um único, que fosse, confronto armado na Crimeia e nenhuma baixa. Por que aconteceu assim? A resposta é simples: porque é muito difícil, é, de fato, praticamente impossível, lutar contra a vontade do povo.
Aqui, cabe-me agradecer aos militares ucranianos – e a seus 22 mil soldados armados. Agradeço aos soldados ucranianos que não mancharam de sangue os próprios uniformes.
Outras reflexões vêm à cabeça, ligadas a isso. Continua a haver muita conversa sobre alguma espécie de intervenção russa na Crimeia, algum tipo de agressão. Muito estranho. Não conheço registro algum, na história do mundo, de intervenção sem que um único tiro tenha sido disparado, sem nenhuma baixa, sem nenhum ferido.

Colegas,

Como imagem num espelho, a situação na Ucrânia reflete o que se passa e o que vem acontecendo no mundo ao longo das últimas várias décadas. Depois do fim da bipolaridade no planeta, acabou-se a estabilidade.

Instituições internacionais chaves não se estão fortalecendo; ao contrário, em muitos casos, estão em degradação. Nossos parceiros ocidentais, liderados pelos EUA, preferem não se deixar guiar pela lei internacional; preferem, como orientação, a lei das armas. 

Com o tempo, acabaram por se autoconvencer do próprio exclusivismo, do próprio excepcionalismo; que poderiam decidir os destinos do mundo; que só eles e sempre eles, estão sempre certos. Fazem o que bem entendam: aqui, ali, acolá, por toda parte usam força bruta contra estados soberanos, construindo ‘coalizões’ baseadas no princípio de “se você não está conosco, está contra nós”.

Para dar a essa agressão ares de legitimidade, forçam as necessárias ‘resoluções’ nas organizações. E se por algum razão o ardil não funciona, então simplesmente ignoram e atropelam o Conselho de Segurança da ONU e a ONU inteira.

Foi o que aconteceu na Iugoslávia; lembramos muito bem de 1999. Era quase impossível acreditar, mesmo vendo acontecer ante os meus próprios olhos, que nos anos finais do século 20 uma capital europeia, Belgrado, estava sob ataque de mísseis e assim ficou por várias semanas, até que, afinal, veio a verdadeira intervenção. E havia resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitisse aquelas ações? Não. Nada.

E, depois, atacaram o Afeganistão, o Iraque. E violaram flagrantemente uma resolução do Conselho de Segurança sobre a Líbia, onde, em vez de impor a chamada zona aérea de exclusão, puseram-se a bombardear o país.

E houve toda uma série de revoluções “coloridas’ controladas. Claramente, o povo naquelas nações, onde esses eventos aconteceram, estavam fartos de tirania e de pobreza, da falta de possibilidades; mas esses sentimentos foram cinicamente manipulados para deles extrair vantagens que nada tinham a ver com as necessidades e carências populares. Impuseram-se padrões a essas nações que de modo algum correspondem aos padrões de vida, às tradições e à cultura de cada um desses países. Como resultado, em vez de democracia e liberdade, o que há lá é o caos; surtos de violência e levantes. A Primavera Árabe virou Inverno Árabe.

Situação similar desdobrou-se na Ucrânia. Em 2004, par impor lá o candidato de que precisavam, mas através de eleições, tiveram de inventar uma espécie de terceiro turno que não estava previsto em lei. Foi absurdo. Foi zombar da Constituição. Agora, meteram lá um exército de militantes organizados e equipados.
Entendemos o que está acontecendo; entendemos que são ações que visam Ucrânia e Rússia, e visam também a integração eurasiana. E, isso, quando a Rússia esforça-se para construir um diálogo com nossos colegas do ocidente. Vivemos a propor cooperação em todas as questões chaves; queremos reforçar o nível de confiança e que nossas relações sejam igualitárias, abertas e justas. Mas não vimos passos recíprocos.

Ao contrário, mentiram para nós incontáveis vezes; tomaram decisões pelas nossas costas, nos impuseram fatos consumados. Aconteceu com a expansão da OTAN para o oriente, e aconteceu também com o deslocamento de infraestrutura militar para junto das nossas fronteiras. E continuam a nos dizer a mesma coisa: “Bem... isso não diz respeito a vocês.” Fácil dizer.

Aconteceu também com o deslocamento para cá de um sistema de mísseis de defesa. Apesar de todas as nossas apreensões, o projeto está em andamento e andando rápido. Aconteceu com a infindável confusão que criam sobre a emissão de vistos, promessas de concorrência comercial livre e justa e livre acesso aos mercados globais.

Todos os dias nos ameaçam com sanções, mas já enfrentamos muitas limitações, algumas bastante significativas para nós, nossa economia e nossa nação. Por exemplo, ainda nos tempos da Guerra Fria, os EUA e, na sequência, outras nações, limitaram a lista de tecnologias e equipamentos que podiam ser vendidos à URSS, e criaram a lista da Comissão de Coordenação de Controle de Exportações Multilaterais. Hoje, essa lista foi formalmente eliminada, mas só formalmente; na realidade muitas limitações ainda estão vigentes.

Em resumo, temos todas as razões para assumir que a infame política de contenção, dos séculos 18, 19 e 20, continua ainda hoje. Vivem tentando nos encurralar porque temos posição independente, porque a defendemos e a mantemos, e porque damos às coisas os nomes reais e não nos envolvemos em hipocrisias. Mas para tudo há limites. E, com a Ucrânia, nossos parceiros ocidentais cruzaram a linha, jogaram sujo, agiram irresponsavelmente e sem seriedade.

Afinal, eles sabem que há milhões de russos vivendo na Ucrânia e na Crimeia. Teria de não ter nenhum instinto político e nenhum bom-senso para não antever a consequências de suas ações. A Rússia viu-se numa posição da qual não poderia recuar. Se se comprime a mola além do limite dela, ela fatalmente escapará à compressão e saltará com força. Não esqueçam disso, nem por um instante.

Hoje, é imperativo pôr fim a essa histeria, refutar a retórica da guerra fria e aceita o fato óbvio: a Rússia é participante independente e ativo das questões internacionais; como outros países, a Rússia tem seus próprios interesses nacionais que têm de ser levados em consideração e respeitados.

Ao mesmo tempo, somos gratos a todos que compreenderam nossas ações na Crimeia; somos gratos ao povo da China, cujos líderes sempre consideraram a situação na Ucrânia e na Crimeia sem deixarem de levar em consideração o grande contexto histórico e político. E muito apreciamos a reserva e a objetividade da Índia.

Hoje, quero me dirigir ao povo dos EUA, o povo que, desde a fundação de sua nação e a Declaração de Independência tanto se orgulhou de levar a liberdade na mais alta conta. O desejo dos moradores da Crimeia, de escolher livremente o próprio destino, não é a encarnação do desejo deles, por liberdade? Por favor, nos compreendam bem.

Creio que os europeus, os alemães, antes de tudo e de todos, também me compreenderão. Permitam-me lembrar-lhes que, no curso de consultas políticas sobre a unificação do Leste e Oeste da Alemanha, no nível de especialistas, mas de alto nível, algumas nações que eram então e são hoje aliadas da Alemanha não apoiavam a ideia da unificação. A Rússia, contudo, apoiou inequivocamente, sempre, o sincero, incontível desejo dos alemães pela sua unidade nacional. Tenho certeza de que não esqueceram disso. E espero que os cidadãos da Alemanha também apoiem o desejo dos russos – da Rússia histórica – de restaurar a unidade.

Quero dirigir-me também ao povo da Ucrânia. Quero sincera e profundamente que nos compreendam bem: não queremos feri-los de nenhum modo, nem agredir seus sentimentos nacionais. Sempre respeitamos a integridade territorial do estado ucraniano, aliás, bem diferentes nisso, os russos, de tantos que sacrificaram a unidade da Ucrânia em nome das próprias ambições de poder. Cantam slogans sobre a grandeza da Ucrânia, mas são os primeiros a fazer qualquer coisa para dividir a nação. O impasse que hoje divide a sociedade ucraniana é culpa deles, integralmente. Ouçam-me, caros amigos, com atenção. Não acreditem nos que querem fazê-los temer a Rússia, gritando que outras regiões seguirão a Crimeia. Não queremos dividir a Ucrânia; não precisamos disso. O mesmo vale para a Crimeia, que sempre foi e permanece terra de russos, ucranianos e tártaros crimeanos.

Repito que, como foi durante séculos, a Crimeia será lar de todos os povos que ali vivem. A única coisa que a Crimeia jamais será fará é seguir os passos de Bandera.

A Crimeia é nosso patrimônio histórico comum e fator muito importante de estabilidade regional. E esse território estratégico deve ser parte de soberania forte e estável, a qual, hoje, só pode ser russa. Sem isso, amigos (e aqui me dirijo à Ucrânia e à Rússia), vocês e nós – os russos e os ucranianos – poderíamos perder completamente a Crimeia, o que poderia acontecer em perspectiva histórica bem próxima. Por favor, reflitam sobre isso.

Permitam-me observar que já ouvimos declarações de Kiev sobre a Ucrânia unir-se à OTAN, em futuro próximo. O que significaria isso para a Crimeia e Sevastopol, no futuro? Significaria ter a marinha da OTAN bem ali, nessa cidade da glória militar russa; o que criaria ameaça não ilusória ou fantasiada, mas perfeitamente real, para todo o sul da Rússia. São ameaças que se tornariam rapidamente realidade, não fosse pela escolha que o povo da Crimeia fez. Quero agradecer, dizer “obrigado” aos crimeanos, por isso.
Permitam-me dizer também que não nos opomos a cooperar com a OTAN, mas esse não é absolutamente o caso agora. Por todos os processos internos a ela, a OTAN continua a ser aliança militar, e os russos somos contrários a manter uma aliança militar instalada bem ali no nosso quintal ou em nosso território histórico. Absolutamente não consigo imaginar que viajaríamos a Sevastopol para visitar marinheiros da OTAN. Claro, muitos deles são excelentes sujeitos. Mas melhor que eles venham nos visitar, que sejam nossos hóspedes, que o contrário.

Quero dizer, muito francamente, que nos aperta o coração ver o que se passa na Ucrânia no momento, assistir ao sofrimento do povo, à incerteza em que se debatem sobre hoje e o amanhã. São preocupações compreensíveis, porque não somos simples vizinhos mas, como já disse várias vezes, somos um só povo. Kiev é a mãe das cidades russas. O Rus ancestral [2] é nossa fonte comum, e não podemos viver uns sem os outros.



Permitam-me dizer ainda mais uma coisa. Milhões de russos e falantes de russo vivem na Ucrânia e lá continuarão. A Rússia sempre defenderá seus interesses com meios políticos e diplomáticos legais. Mas o interesse superior a todos os demais, no próprio interesse da Ucrânia, é assegurar que os direitos e interesses daqueles russos estejam plenamente protegidos. Essa é a garantia da estabilidade e da integridade territorial do estado da Ucrânia.

Queremos ser amigos da Ucrânia e queremos que a Ucrânia seja país soberano forte e autossuficiente. Afinal, a Ucrânia é um dos nossos principais parceiros. Temos vários projetos conjuntos e creio que serão bem-sucedidos, apesar das atuais dificuldades. Mais importante que tudo, queremos que a paz e a harmonia reinem na Ucrânia, e estamos prontos a trabalhar juntos com outros países para facilitar e apoiar esse encaminhamento. Mas, como já disse, só o próprio povo da Ucrânia pode pôr a própria casa em ordem.
Residentes na Crimeia e na cidade de Sevastopol, toda a Rússia admirou a coragem, a dignidade e a bravura de vocês. Vocês, ninguém mais, decidiram o futuro da Crimeia. Estivemos mais próximos que nunca, nos dias recentes, um apoiando o outro. Foram sentimentos sinceros de solidariedade. É em momentos de virada histórica, como esses, que uma nação demonstra a própria maturidade e fortaleza de espírito. Os russos mostraram essa maturidade e essa fortaleza de espírito, pelo apoio unificado que garantiram a todos os seus compatriotas.

A posição da política externa da Rússia nesse assunto obtém sua firmeza, do desejo de milhões de russos, de nossa unidade nacional e do apoio das principais forças políticas e públicas. Quero agradecer a todos por esse espírito patriótico. A todos, sem exceção. Daqui por diante, temos de continuar a manter esse tipo de consolidação, para superar as tarefas que nosso país enfrentará adiante, nessa nossa trilha.

É claro que enfrentaremos oposição externa, mas essa é decisão que temos de tomar nós mesmos. Estamos prontos para consistentemente defender nossos interesses nacionais, ou continuaremos para sempre a ceder, a nos recolher e retirar, sabe-se lá para onde?

Políticos ocidentais já começaram a nos ameaçar não só com sanções, mas também com a ameaça de problemas cada vez mais sérios no front doméstico. Gostaria de saber o que eles têm em mente, exatamente: ação de alguma ‘5ª coluna’, esse bando disparatado de ‘traidores nacionais’, ou esperam nos pôr em situação social e econômica sempre mais difícil, na esperança de, assim, promover o descontentamento massivo?

Aquelas declarações, as vemos como irresponsáveis, em tom abertamente agressivo. Nenhum delas ficará sem resposta adequada. Mas, simultaneamente, não procuraremos confrontação com nossos parceiros, nem do Leste nem do Oeste. Ao contrário, faremos tudo que pudermos para construir relações civilizadas de boa-vizinhança, como se deve fazer no mundo moderno.

Colegas,

Entendo o povo da Crimeia, que pôs o problema nos termos mais claros possíveis, no referendo: “A Crimeia deve ficar com a Ucrânia ou com a Rússia?”

Não há dúvidas de que as autoridades na Crimeia e em Sevastopol, as autoridades legislativas, ao formularem a pergunta, puseram de lado interesses de grupos ou políticos, e tomaram, como pedra de toque a partir da qual formularam a pergunta, os interesses fundamentais do povo da Crimeia. As circunstâncias específicas, históricas, populacionais, políticas e econômicas da Crimeia tornariam qualquer outra opção proposta – ainda que parecesse tentadora à primeira vista – só temporária e frágil, e levaria, inevitavelmente a piorar ainda mais a situação lá, que já teve efeitos desastrosos sobre a vida das pessoas. O povo da Crimeia, assim, decidiu pôr a questão em formato claro e sem concessões, sem áreas cinzentas.
O referendo foi justo e transparente, e o povo da Crimeia de modo claro e convincente, manifestou seu desejo e declarou, firmemente, que quer ser se pôr ao lado da Rússia.

A Rússia, agora, também terá de tomar uma difícil decisão, considerando os vários aspectos domésticos e externos. O que pensa o povo russo? Aqui, como qualquer país democrático, as pessoas têm diferentes pontos de vista. Mas sei que a absoluta maioria do nosso povo claramente apoia o que está sendo encaminhado.

A mais recente pesquisa de opinião pública que temos aqui na Rússia mostra que 95% das pessoas entendem que a Rússia deve proteger interesses dos russos e de outros grupos étnicos que vivem na Crimeia. 95% de nossos cidadãos. Mais de 83% entendem que a Rússia deve fazê-lo, mesmo que isso complique nossas relações com alguns outros países. Um total de 86% de nosso povo vê a Crimeia como território que continua a ser russo e parte de nosso próprio país.

E outro número particularmente importante, que corresponde exatamente ao resultado do referendo na Crimeia: quase 92% de nosso povo apoia a reunificação da Crimeia à Rússia.

Assim vemos que a vasta maioria do povo da Crimeia e a absoluta maioria do povo da Federação Russa apoia a reunificação da República da Crimeia e da cidade de Sevastopol com a Rússia.
Mas essa é uma questão de decisão política para a Rússia, e qualquer decisão aqui só se pode basear no desejo do povo, porque o povo é a fonte absoluta de toda a autoridade.

Membros do Conselho da Federação, deputados do Parlamento do Estado, cidadãos da Rússia, residentes na Crimeia e em Sevastopol, hoje, conforme o desejo do povo,
– encaminho aqui à Assembleia Federal pedido para que preparem Lei Constitucional sobre a criação de duas novas entidades dentro da Federação Russa: a República da Crimeia e a cidade de Sevastopol; e que ratifiquem o tratado pelo qual Crimeia e Sevastopol são admitidas na Federação Russa, já pronto para ser assinado.

Sei que conto com o apoio de vocês.”

************************************************
[1] Sobre a região, ver http://en.wikipedia.org/wiki/Chersonesos_Taurica [NTs].
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/Culture_of_ancient_Rus [NTs].

Fonte: http://www.marchaverde.com.br/

quinta-feira, 20 de março de 2014

O SAQUE da UCRÂNIA COMEÇOU


De acordo com um relatório no Kommersant-Ucrânia, o Ministério das Finanças dos fantoches de Washington em Kiev, que estão fingindo ser um governo, preparou um plano de austeridade econômica que vai cortar pensões ucranianas de US $160 para US $80 para que os banqueiros ocidentais que emprestaram dinheiro para a Ucrânia possam ser reembolsados às custas dos pobres da Ucrânia. Repete-se o que aconteceu na Grécia.

[*] Por Paul Craig Roberts


Antes que qualquer coisa semelhante a estabilidade e legitimidade seja obtida para o governo fantoche, colocado no poder pelo golpe orquestrado por Washington contra o governo legítimo, eleito da Ucrânia, os saqueadores ocidentais já estão a trabalhar. Manifestantes ingênuos que acreditaram na propaganda de que a adesão à UE ofereceria uma vida melhor vão perder metade de sua aposentadoria em abril. Mas isso é só o começo.

Os meios de comunicação Ocidentais corruptos descrevem empréstimos como "ajuda". No entanto, os 11 bilhões de euros que a UE está oferecendo a Kiev não são ajuda. São um empréstimo. Além disso, ele vêm com muitas condições, incluindo a aceitação por Kiev de um plano de austeridade do FMI.

Lembre-se, agora: crédulos ucranianos participaram dos protestos que foram usados para derrubar o governo eleito, porque eles acreditaram que nas mentiras ditas por ONGs financiadas por Washington que, uma vez que aderissem à UE, teriam ruas pavimentadas com ouro. Em vez disso, eles estão recebendo cortes em suas pensões e um plano de austeridade do FMI.

O plano de austeridade vai cortar os serviços sociais, os fundos para a educação, dispensar trabalhadores do governo, desvalorizar a moeda e, assim, aumentar os preços de importação que incluem o gás russo e a electricidade, e vai expor os recursos ucranianos a aquisição pelas corporações ocidentais.

As terras agrícolas da Ucrânia vão passar para as mãos do agronegócio americano.

Uma parte do plano de Washington e da UE para a Ucrânia, ou aquela parte da Ucrânia que não desertou para a Rússia, foi bem sucedida. O que resta do país vai ser completamente saqueado pelo Ocidente.

A outra parte não funcionou tão bem. Os fantoches ucranianos de Washington perderam o controle dos protestos para os ultra-nacionalistas organizados e armados. Esses grupos, cujas raízes remontam àqueles que lutaram por Hitler na 2ª Guerra Mundial, se engajaram em palavras e atos que fizeram o leste e o sul da Ucrânia clamarem para serem anexados de volta à Rússia à qual pertenciam antes da década de 1950 quando o partido comunista soviético os anexou à Ucrânia.

No momento em que este artigo está sendo escrito, a Crimeia está se separando da Ucrânia. Washington e seus fantoches da OTAN não podem fazer nada mas bufar e ameaçar com sanções. O bobo da Casa Branca tem demonstrado a impotência da "superpotência única dos EUA" emitindo sanções contra pessoas desconhecidas, sejam lá quem forem, responsáveis por retornar a Crimeia à Rússia, à qual pertenceu por cerca de 200 anos antes de, segundo Solzhenitsyn, um bêbado Khrushchev, de etnia ucraniana, transferir províncias russas meridionais e orientais para a Ucrânia. Tendo observado os acontecimentos na Ucrânia Ocidental, essas províncias russas querem voltar para casa, onde elas pertencem, assim como a Ossétia do Sul não quis ter nada a ver com a Geórgia.

Os fantoches de Washington em Kiev não podem fazer nada no caso da Crimeia exceto fanfarronar. Conforme o acordo Russia-Ucrânia, a Rússia pode colocar 25.000 soldados na Crimeia. O lamento da mídia dos EEUU e da UE de uma "invasão russa de 16.000 tropas" é total ignorância ou cumplicidade nas mentiras de Washington. Obviamente, a mídia dos EUA e da UE é corrupta. Só um tolo iria confiar em seus relatórios. Qualquer mídia que acredite nas coisas que Washington afirma, depois que Bush e Dick Cheney mandaram o Secretário de Estado Colin Powell na ONU para vender mentiras do regime sobre "as armas iraquianas de destruição em massa" que os inspetores de armas haviam dito à Casa Branca que não existiam, é claramente uma prostituta comprada e paga.

Nas antigas províncias russas da Ucrânia Oriental, a abordagem discreta de Putin à ameaça estratégica que Washington tem trazido para a Rússia tem dado a Washington uma chance de ficar com um grande complexo industrial que serve a economia russa e os militares. As próprias pessoas no leste da Ucrânia estão nas ruas exigindo a separação do governo não eleito que o golpe de Washington impôs-se em Kiev. Washington, percebendo que perdeu a Crimeia devido à sua incompetência, fez seus fantoches de Kiev nomear oligarcas ucranianos, contra quem os protestos de Maiden foram parcialmente dirigidos, a posições de governo nas cidades de Ucrânia oriental. Esses oligarcas têm suas próprias milícias privadas além da polícia e unidades militares ucranianas que ainda estão funcionando. Os líderes dos protestos russos estão sendo presos e desaparecendo. Washington e seus testas-de-ferro da UE, que proclamam o seu apoio à autodeterminação, são apenas a favor da autodeterminação quando ela pode ser orquestrada a seu favor. Portanto, Washington está ocupado no trabalho de extinguir a autodeterminação no leste da Ucrânia.

Este é um dilema para Putin. Sua abordagem discreta permitiu a Washington tomar a iniciativa no leste da Ucrânia. Os oligarcas Taruta e Kolomoyskiy foram colocados no poder em Donetsk e Dnipropetrovsk e estão conduzindo detenções de russos e cometendo crimes terríveis, mas você nunca vai ouvir isso das presstitutas dos EUA. A estratégia de Washington é prender e lançar ao mar os líderes dos secessionistas, assim não haverá autoridades para solicitar a intervenção de Putin.

Se Putin tiver drones, ele tem a opção de remover os oligarcas Taruta e Kolomoyskiy. Se Putin deixar Washington reter as províncias russas do leste da Ucrânia, ele terá demonstrado uma fraqueza que Washington vai explorar. Washington vai explorar a fraqueza ao ponto de Washington forçar Putin à guerra.

A guerra será nuclear.

[*] Paul Craig Roberts


[*] Economista e colunista principal do Creators Syndicate. Serviu como Secretário- Assistente das Finanças na Administração Reagan ganhando fama como o "Pai da Reaganomics". Ele foi um antigo editor e colunista do Wall Street Journal, entre outras coisas. Publicou recentemente How the Economy Was Lost: The War of the Worlds (Como a Economia foi Destruída: A Guerra dos Mundos, NdT) e é co-autor com Lawrence Stratton de The New Color Line and The Tyranny of Good Intentions- (As Novas Cores e a Tirania das Belas Intenções,NdT)

Seu site: http://www.paulcraigroberts.org/

Fonte que traduziu e reproduziu artigo:
http://www.voltairenet.org/article182583.html

Tradução Marisa Choguill

quarta-feira, 19 de março de 2014

Qual o ponto em comum dos eventos na Síria e na Ucrânia?





[*] Por Thomas de Toledo

Os eventos na Síria e na Ucrânia têm 4 pontos principais em comum:

1) A causa dos conflitos está ligada à disputa pelo controle de rotas de gás natural, hoje sob domínio da Rússia, o que lhe assegura a hegemonia no fornecimento à Europa;

2) A posição dos Estados Unidos (EUA) e da União Europeia (UE) é claramente em favor do bloqueio da influência russa no Mar Mediterrâneo (Síria) e no Mar Negro(Ucrânia);

3) Tanto na Síria quanto na Ucrânia, o que deu origem a tais conflitos não foram “democratas” lutando contra “ditadores” como tem sido noticiado, mas operações de “mudança de regime” coordenadas, articuladas e financiadas pelo EUA e pela EU;

4) A postura da mídia europeia e estadunidense (e a brasileira por tabela) vem sendo inverter os fatos – chamam mercenários estrangeiros na Síria de rebeldes e gangues armadas de nazistas na Ucrânia de manifestantes.








Alguns analistas vêm na relação entre esses conflitos uma nova “Guerra Fria” entre EUA/UE contra a Rússia/China. No entanto, a questão vai muito além. O nível de tensão que vem se criando no mundo (Oriente Médio, Leste Europeu, Sudeste Asiático, África e América Latina) faz com que se algum imprevisto sair do controle, o resultado pode vir a ser uma ampla guerra com chances de rapidamente se mundializar. Lembrem-se de que a I Guerra Mundial começou com muito menos... 

Estados Unidos Investem nas operações de “Mudança de Regime”

 Os Estados Unidos estão investindo como nunca nas operações de “mudança de regime”. Financiam milícias neonazistas na Ucrânia, mercenários fanáticos religiosos na Síria e golpistas oligarcas na Venezuela. Mas o que mais incomoda é a postura subserviente da mídia sobre tais acontecimentos, classificando tais movimentos como manifestações “pró-democracia”.

Vimos que a “democracia” foi evocada para invadir o Iraque em 2003 e a Líbia em 2011. Qual foi o resultado? O Iraque está dividido entre milícias de facções religiosas; a Líbia está controlada por gangues armadas. Cadê a democracia? No entanto, o resultado foi alcançado: os Estados Unidos e a União Europeia controlam o petróleo dos mesmos, que hoje são Estados falidos.

Enquanto isto, muita gente repete o bordão da mídia: “democracia e liberdade”, sem perceber que aqueles que se dizem defensores de tais valores são os que mais os destroem e promovem as mais cruéis ditaduras.

Pior, pouco a pouco transformam o mundo num grande quintal onde controlam livremente os recursos naturais, as formas de pensar e agir, bem como as decisões de cada nação. Desta forma, empurram uma onda de sujeira para o mundo, financiando o ressurgimento do nazi-fascismo e do fundamentalismo religioso, enquanto pessoas que “acordaram” agora pensam que qualquer multidão protestando por uma causa qualquer é um movimento “pró-democracia”. Fica, portanto, bem fácil compreender por que há tanta gente acreditando que o problema dos hospitais do Brasil se deve à realização da Copa do Mundo.

DESPERTAR DAS CONSCIÊNCIAS

Hoje, a Ucrânia e a Venezuela são vítimas de golpes de Estado fascistas. Na Ucrânia, um partido racista que apoiou a invasão nazista por Hitler, tenta impor um governo fantoche com apoio dos Estados Unidos. 


Na Venezuela, uma oposição que perdeu 18 eleições no país, insiste em derrubar o governo Maduro por um golpe financiado também pelos Estados Unidos. A mídia brasileira, cito nominalmente Globo, Veja, Folha e Estadão, inverte os fatos e noticia sempre a versão dos Estados Unidos. Esses mesmos veículos que apoiaram o Golpe Militar no Brasil, estão novamente se colocando a serviço do mesmo império. 


Chegou a hora de despertar a consciência das pessoas contra esses monopólio midiático e esses golpes imperialistas mundo afora. Vamos protestas e lutar ao lado do povo e das conquistas sociais, nunca ao lado do fascismo, do nazismo e do imperialismo.

[*] Thomas de Toledo é professor de relações Internacionais.

O MUNDO DE DEMÉTRIO MAGNOLI (CONTRAPONDO-SE AO "MUNDO DE PÚTIN")




Demetrio Magnoli elaborou um artigo em que foi extremamente tendencioso e ignorando fatos na crise na Ucrânia 



Por Thomas de Toledo*
Em artigo publicado no site da Folha de São Paulo em 15/03/2014, intitulado “O mundo de Putin”, o comentarista da Globo, Demétrio Magnoli, aparenta viver em seu próprio mundo. No mundo que acredita existir, o “Ocidente” é um padrão ilibado de moral e promotor altruístico da liberdade, da democracia e dos direitos humanos, sem possuir interesses geopolíticos. Mas a “civilização ocidental” que alcançou o “fim da história”, infelizmente sempre tem que lidar com párias. No caso do artigo citado, o problema é a Rússia e sua reação à crise na Ucrânia.

Segundo o comentarista, o chefe do Kremlin acredita que o “ocidente entrega-se noite e dia a conspirar contra a Rússia”. O que teria Demétrio a comentar sobre o escudo antimísseis de Bush e Obama, que vai sendo construído cercando a Rússia? Seria uma abstração imaginar que as centenas de bases militares da OTAN no Leste Europeu, no Oriente Médio, na Ásia Central e no Sudeste Asiático, todas ao redor a Rússia, possam oferecer algum perigo real ao país? O que diria da expansão da OTAN, que ameaça chegar às fronteiras ocidentais russas com a Ucrânia e a Geórgia?

No mundo "real" de Magnoli, a Rússia deveria colaborar com a União Europeia para estabilizar a Ucrânia e assim se livraria de seu fardo imperial. Insinua que o ocorrido neste país foi uma insurgência revolucionária. Talvez o comentarista desconheça que ao longo de toda Guerra Fria e ainda hoje, os Estados Unidos operam golpes para atender a seus interesses econômicos e geopolíticos. Parece que a gravação de uma conversa da embaixadora dos Estados Unidos, dizendo terem investido US$ 5 bilhões nesta operação na Ucrânia, nunca existiu. Ora, se já está mais do que reconhecido que os Estados Unidos e a União Europeia financiaram grupos políticos e meios de comunicação ucranianos, de quem seriam, portanto, os delírios imperiais?

Mas tem mais novidades no mundo de Magnoli. Ao afirmar que o presidente russo enxergou fantasmas das forças invasoras da Alemanha da Nazista, será que Magnoli não sabe que partidos nazifascistas como o Svoboda e o Setor à Direta estão agora controlando o poder na Ucrânia? Por acaso, tomou conhecimento de que gangues armadas estilo SS têm cometido ataques a judeus, ciganos, russos, imigrantes e a todas as “raças” odiosas listadas por Hitler? Saberia Demétrio que partidos de esquerda foram banidos do parlamento, suas sedes destruídas e seus membros estão sendo perseguidos pelo atual regime, nos moldes do III Reich?

Talvez Putin realmente não tivesse que se preocupar ao ver o parlamento do regime golpista votando pelo fim da língua russa como o segundo idioma da Ucrânia, da mesma forma que deveria assistir calado a gangues neonazistas perseguirem cidadãos russos no país. Será mesmo, Demétrio Magnoli? Será que a Rússia deveria se calar perante um plebiscito no qual 97% dos eleitores da Crimeia optaram por se unir à Federação? Ou aceitar viver sob a ameaça de um governo ucraniano racista, extremista e autoritário?

Assim, Magnoli mostra aos leitores o seu exemplar mundo “Ocidental”, conforme a mídia estadunidense e europeia relatam e suas amestradas filhotas brasileiras assumem como fato. Um mundo no qual os Estados Unidos e a União Europeia bombardeiam, invadem e ocupam a Iugoslávia, o Afeganistão, o Iraque e a Líbia para levarem a liberdade, a democracia e defenderem os direitos humanos. Neste mundo de Demétrio, o que ameaça a paz mundial não é a sanha imperialista dos países da OTAN pelo controle de rotas comerciais, poços de petróleos, jazidas de gás e recursos naturais, à custa de guerras e Golpes de Estados. O que a ameaça o mundo é o “czarismo imperial” de Putin ao assegurar aos russos o direito à vida e à cultura em uma Ucrânia onde pela primeira vez após a II Guerra Mundial, o nazifascimo retorna ao poder.

segunda-feira, 17 de março de 2014

CRISE DA UCRÂNIA: O FRACASSO da LIDERANÇA ALEMÃ


Contradições do Ocidente, liderado pelos EUA:  apoia um golpe de Estado (acima em Kiev) e rechaça a soberania popular.(abaixo, na imagem,  da votação de 96,6% em favor de a Criméia voltar à Rússia);

Merkel se prostitui para Washington

[*] Paul Craig Roberts


[Tradução] Os EUA, ajudados por seus fantoches obedientes, mas estúpidos da OTAN, está levando a situação da Ucrânia para mais perto da guerra.

A chanceler alemã, Angela Merkel, fracassou com seu país, com a Europa e com a paz mundial. A Alemanha é a força da UE e da OTAN. Se Merkel tivesse dito “não” às sanções contra a Rússia, isso teria sido o fim da crise que Washington está criando, uma crise pouco provável de terminar sem uma guerra.

Mas Merkel jogou fora a soberania da nação alemã e atribuiu o destino da Alemanha como província do Império Americano. Assim, Merkel e a fraca liderança alemã consignaram o mundo à guerra. Já responsabilizada pelas I e II Guerras Mundiais, a Alemanha vai agora ser responsabilizada pela III Guerra Mundial.

O golpe ucraniano mal administrado pelos EUA custou a Crimeia a Washington, que Washington queria mais que tudo para negar à Rússia sua base naval de águas temperadas no Mar Negro. Além disso, a derrubada mal administrada de um governo eleito na Ucrânia está ameaçando a perda das cidades russas do leste da Ucrânia. Como a Crimeia, o leste da Ucrânia é mais russo que ucraniano

No que é claramente um esforço infrutífero e inútil de obter a Crimeia de volta, Washington está exigindo que a Rússia inferira na Crimeia e previna que a Crimeia se separe da Ucrânia. Se o governo russo se recusar a seguir suas ordens, Washington anunciou que vai aplicar “sanções prejudiciais” à Rússia. Inicialmente, os países da UE expressaram falta de vontade de seguir os EUA, mas com subornos e ameaças, Washington conquistou Merkel e tem seus fantoches europeus em fila e seguindo ordens.

Os EUA entendem que as sanções econômicas são muito menos uma ameaça para a Rússia do que a perda de sua base naval do Mar Negro. Washington também entende que Putin não pode abandonar os milhões de russos na Ucrânia oriental e meridional à mercê do governo anti-russo e não eleito imposto por Washington em Kiev. Como os EUA sabem que sua ameaça de sanções é vazia, por que Washington fez isso?

A resposta é, a fim de conduzir a crise para a guerra.

Os nazistas neoconservadores de Washington têm agitado pela guerra com a Rússia há muito tempo. Eles querem eliminar uma das três restrições restantes (Rússia, China, Irã) à hegemonia mundial de Washington. Washington quer acabar com os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) antes que estes países formem um bloco da moeda separada e evitem o uso do dólar dos EUA.


Segundo Paul Craig, os EUA planejam destruir os BRICS, pois estes são uma ameaça à sua agenda hegemônica devido a força econômica e da mudança de moeda que será adotada substituindo o dólar. Dilma está ciente dos contextos geopolíticos perigosos em que ela está inserida sem sequer, até o momento,  esboçar reação?  


A Rússia vai responder na mesma moeda às sanções dos EUA. Os europeus e os bancos e corporações ocidentais vão sofrer perdas. Seriam necessários, no mínimo, dois ou três anos antes que os EUA tenham em vigor meios de entrega de gás natural dos EUA obtido por fracking e contaminação do abastecimento de água dos EUA para a Europa para tomar o lugar do corte da energia russa para a Europa.

A mídia presstituta ocidental vai dramatizar a resposta russa às sanções e demonizar a Rússia, ignorando quem começou a luta, ajudando, assim, os EUA a preparar os americanos para a guerra. Como nenhum dos dois lados pode se dar ao luxo de perder a guerra, as armas nucleares serão usadas. Não haverá vencedores.

Tudo isso é perfeitamente claro, assim como foi a conclusão óbvia da marcha dos acontecimentos que antecederam a I Guerra Mundial. Agora, como naquela época, as pessoas que veem o resultado estão impotentes para detê-lo. Impera o delírio. Arrogância e húbris abundam. As declarações e ações tornam-se cada vez mais perigosas e, então, haverá graves consequências.

Americanos e europeus, se tivessem qualquer conhecimento disso, estariam nas ruas protestando violentamente contra a próxima guerra para a qual os criminosos insanos dos EUA estão levando o mundo.

Em vez disso, a chanceler alemã, o presidente francês, o primeiro-ministro britânico e a mídia ocidental presstituta continuam a mentir: foi legítimo o Ocidente roubar Kosovo da Sérvia e roubar o governo ucraniano, mas não é legítimo que a população russa da Crimeia exerça a autodeterminação e volte para a Rússia.

Os EUA e seus fantoches da UE ainda têm a audácia de declarar falsamente, depois de derrubar um governo eleito na Ucrânia e da instalação de um não-eleito, que a autodeterminação da Crimeia viola a Constituição ucraniana, que já não existe, porque os EUA a destruíram.

O governo criminalmente insano dos EUA acuou o urso russo em um canto. O urso não vai se render.



[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista doCreators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da ReaganomicsEx-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University. 

Na questão ucraniana, a verdade pura e simples é: o Ocidente apoia um golpe de Estado e rechaça a soberania popular.







Os números são incontestáveis: 96,6% [corrigido, com 100% das Urnas apuradas] da população da Crimeia decidiu que seu território deve ser anexado à Rússia; apesar disso, nem os Estados Unidos nem a União Europeia reconhecerão os resultados do referendo deste domingo – o que, diga-se de passagem, não fará a menor diferença; os mesmos líderes que se negam a apoiar a soberania da Crimeia, como Barack Obama, Angela Merkel e François Hollande, afiançaram seu apoio à chamada "revolução ucraniana", golpe que derrubou, à força, um governo democraticamente eleito; será que o Ocidente ainda tem autoridade moral para dar lições de democracia?
Por Lídia Kelly

sexta-feira, 14 de março de 2014

ANATOMIA DA CRISE NA UCRÂNIA COM PROPOSTAS PARA EVITAR A GUERRA

                                 


Anatomia da crise Ucraniana: entender as causas, propor soluções [1] 


                             O professor e pesquisador Fabiano Mielniczuk analisa a crise na Ucrânia. Fabiano é Doutor em Relações Internacionais pelo IRI/PUC-Rio, Diretor da Audiplo: Educação e Relações Internacionais, professor da Uniritter (Porto Alegre) e pesquisador do Grupo de Pesquisa sobre Potências Médias (GPPM).


A situação da Ucrânia é séria. Muitos falam do risco de uma guerra civil que leve à divisão do país entre as áreas ocidentais e a parte leste, habitada por russos. Esse risco agora é mais iminente, com a ocupação da Criméia por grupos paramilitares pró-Russia e a realização de um plebiscito para que a população decida se a região deseja ser anexada pela Rússia ou não.

Os analistas que apóiam a aproximação da Ucrânia à UE afirmam que o pano de fundo para os protestos que levaram ao Golpe que derrubou Yanukovich foi a situação econômica do país. Com uma mentalidade dos anos 1990, reiteram que a única alternativa à Ucrânia seria a de aprofundar os laços econômicos com a UE, liberalizando (ou melhor, modernizando, no discurso oficial) sua economia e promovendo maior interdependência com a Europa como forma de fugir das chantagens econômicas russas. Entretanto, após o colapso econômico de 2009, quando a economia recuou 19% em razão da crise mundial de 2008, a Ucrânia tem tido níveis de crescimento compatíveis com os dos demais países europeus. Por outro lado, parece pouco provável que depois do vergonhoso resultado eleitoral de 2010, no qual o candidato à reeleição e líder da Revolução Laranja, o pró-ocidental Victor Yushenko, obteve aprox. 5% de votos no primeiro turno, a população da Ucrânia fosse optar por uma ruptura institucional violenta que colocasse no poder líderes que vêem o FMI como salvação para a economia do país (o mesmo FMI que rompeu um acordo de empréstimo de 15 bilhões de dólares com a Ucrânia, em 2010, após Yushenko aumentar o salário e as pensões dos ucranianos).

Parece que as causas para a crise ucraniana são mais complexas. Deve-se considerar, pelo menos, três fatores.  Em primeiro lugar, a incapacidade do governo Yanukovich de resolver os problemas de transição para uma economia capitalista que o país enfrenta desde sua independência, em 1991, e que foi agravado pelas promessas de ganhos econômicos não cumpridas do período pós-revolução laranja de 2004. A falta de transparência na gestão do país e um ambiente corrupto para os negócios também entram nesse cenário de problemas não resolvidos. A segunda causa diz respeito à uma tendência em toda a Europa, a ascensão de movimentos nacionalistas, com feições nazi-fascistas. Na Ucrânia essa tendência se materializou no partido Svoboda, que alcançou em torno de 10% do apoio da população nas últimas eleições parlamentares. Com um discurso baseado na xenofobia e na pureza nacional, contra russos e contra judeus, os adeptos desse partido fizeram parte de uma facção chamada “setor de direita”, que esteve na vanguarda violenta dos movimentos na praça Euromaiden. Por último, deve-se ressaltar o papel da UE, que estimulou a população da Ucrânia a tomar as ruas após o fracasso das negociações de adesão do país a um acordo de livre-comércio com a Europa. Essa postura de ingerência externa da UE nos assuntos ucranianos, explícitos nas inúmeras declarações de Durão Barroso, acendeu o pavio para a explosão de uma bomba.

EUA e UE x Rússia, e a Ucrânia no meio…

Depois de ter acendido o pavio, a UE foi ingênua (ou cínica) ao negociar com opositores que não tinham legitimidade frente aos extremistas. Durante as manifestações, a extrema direita tomou conta da situação e passou a expulsar manifestantes pacíficos dos prédios ocupados. A facção chamada “setor de direita” foi fundamental para isso. Existem, inclusive, laços dos nacionalistas ucranianos com grupos paramilitares que lutaram na Chechênia contra os russos, e a confirmação de que muitos “manifestantes” são paramilitares treinados. Esses grupos não tinham outro objetivo senão a derrubada do presidente.

Ademais, a União Européia e os Estados Unidos agiram de maneira precipitada ao reconhecerem um governo que derrubou um presidente democraticamente eleito e que é formado, em boa parte, por esses extremistas. A justificativa para tal posição se fundava na alegação de que o governo de Yanukovich havia sido responsável pela morte dos manifestantes em Kiev. No dia 05 de Março, o vazamento de uma gravação telefônica entre o Ministro das Relações Exteriores da Estônia, Sr. Urmas Paet, e a chefe das Relações Exteriores da UE, Sra. Catherine Asthon, deixa claro que os Europeus sabiam que o início dos tiros feitos por snippers [franco-atiradores, nota do Blogueiro] partiram de grupos relacionados às milícias ultra-nacionalistas, os quais buscavam como alvo tanto as forças policiais quanto os manifestantes. Esses mesmos grupos fazem parte do governo provisório na Ucrânia. Isso reforça a alegação dos russos de que os acontecimentos de Kiev foram protagonizados por grupos que ameaçam a segurança dos russos no país e justificaria, portanto, a ocupação da Criméia. Em outras regiões da Ucrânia com maioria russa, como Donetsk e Kharkiv, já ocorrem manifestações populares pró-Rússia e, caso haja reação ucraniana, a possibilidade de uma intervenção russa em outras partes do país bastante real.

Os europeus e norte-americanos acusam os russos de serem incoerentes, de defenderem o princípio da não-intervenção em outros casos e de o desrespeitarem no caso da Ucrânia. Todavia, as comparações são qualitativamente desmedidas. Vejamos as últimas três intervenções condenadas pelos russos e lideradas pelos ocidentais.

A primeira foi baseada em mentiras – supostas ligações de Saddam com a Al Qaida e a existência de armas de destruição em massa foram comprovadamente fabricadas por setores do governo norte-americano para legitimar a invasão do Iraque, em 2003. A segunda, na Líbia, decorreu de uma divergência na interpretação de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que, segundo os russos, não autorizava a intervenção, mas mesmo assim ela foi levada adiante. O próprio fato de haver uma resolução com apoio da Rússia indica um certo grau de cooperação entre as potências para a resolução da Crise na Líbia. Na visão dos russos, sua boa vontade foi retribuída com traição por parte do Ocidente. Por último, a intervenção da Síria não ocorreu por conta da oposição russa e da proposição de um plano para a retirada das armas químicas do território sírio (posteriormente, a justificativa utilizada pelo presidente Obama para que houvesse uma intervenção armada, de que o governo de Bashar Al Assad havia utilizado armas químicas contra os rebeldes, foi comprovada falsa por um estudo de especialistas do MIT). De todo modo, nesses três casos, não existia um número significativo de cidadãos, sejam europeus, sejam norte-americanos, que estivessem em risco e pudessem justificar uma atitude belicosa contra um Estado soberano. Por trás da defesa de valores universais que legitimassem intervenções humanitárias, existiam também interesses econômicos bastante palpáveis, relacionados a fontes de energia (petróleo e gás).

No caso da Rússia, também existem interesses econômicos (gás) e geopolíticos (base de Sevastopol) em jogo, mas os termos nos quais essas questões tinham sido resolvidas nos últimos anos foram altamente favoráveis à Rússia, e não serviriam de motivação para uma ação militar. Aqui, ao que parece, as justificativas de intervenção humanitária não são vagas: existem quase 9 milhões de russos em território ucraniano, que viram sua língua ser rebaixada do status de idioma oficial do país pelo parlamento do pós-golpe, e que temem a presença de nacionalistas anti-russos no governo provisório. A atitude russa é a materialização da promessa de que nenhum russo fora do território do seu país depois do fim da URSS seria tratado como cidadão de segunda classe. De fato, existiam em torno de 25 milhões de russos fora da Rússia depois do colapso da União Soviética, e a maioria deles foram desprovidos de seus direitos básicos (propriedade, idioma, emprego, voto, etc…) durante uma boa parte desse período. Na época, a fraqueza do governo de Ieltsin e seu alinhamento incondicional com o Ocidente impossibilitaram qualquer atitude proativa de Moscou para garantir esses direitos. Embora tenha sido bastante lenta, a incorporação dos países do leste na união Européia contribuiu para atenuar essa discriminação, mas não para terminar definitivamente com ela. Pelo contrário, a UE aceitou a aberração jurídica criada pela Letônia e Estônia de chamar os russos que viviam nesses países desde a II Guerra Mundial de “não-cidadãos”, ou seja, pessoas que possuem todos os direitos dos cidadãos, mas que não possuem direito de votar ou de ocuparem cargos públicos (sim, esse é o status no passaporte dessas pessoas). Por conta desse precedente, a UE não tem legitimidade para garantir o respeito às minorias russas na Ucrânia, na visão da Rússia. Por esses motivos, uma possível intervenção russa na Ucrânia não pode ser comparada às intervenções ocidentais em outros países.

E agora, o que fazer?

Tendo em vista o que foi exposto, a afirmação que Kissinger de que a demonização de Putin por parte dos Estados Unidos serve, na verdade, como um álibi para a inexistência de uma política externa para a Rússia está correta. De fato, os interesses russos (e dos russos que habitam a Ucrânia) não foram levados em consideração pelos ocidentais. Os russos reagiram de maneira previsível para aqueles que acompanham a vida política do país e enxergam a Rússia como ela é. Já aqueles que tendem a olhar para a Rússia e enxergar “o expansionismo da antiga União Soviética,” paradoxalmente, não conseguiram vislumbrar que a possibilidade de expansão da Rússia no caso da Ucrânia era real. Um primeiro passo necessário para a resolução da crise, nesse sentido, seria o de colocar em diálogo interlocutores ocidentais que saibam enxergar uma realidade diferente e reconhecer que os interesses da Rússia são legítimos, bem como os dos russos que vivem em território ucraniano.

Um segundo passo seria o de negociar um governo de transição na Ucrânia, que não tenha a participação de partidos vinculados aos atos de violência cometidos por paramilitares armados e que desencadearam a resposta armada das forças de policiais ucranianas. Para tanto, a UE deve reconhecer o erro de ter promovido a versão de que a derrubada de Yanukovich foi legítima por se tratar de um presidente que havia utilizado a força contra os manifestantes. Isso implicaria a retirada do Svoboda do governo de transição (que, aliás, está a frente do ministério de defesa) e o ingresso de alguns dos antigos governadores das regiões russas do país no governo. Obviamente, essa medida deve ser seguida da anulação da lei que retira do russo o status de segunda língua oficial do país.

O terceiro passo é mais delicado, e consistiria em um acordo para adiar tanto o plebiscito da região autônoma da Criméia, previsto para o dia 16 de Março, quando as eleições para a presidência da Ucrânia, previstas para o dia 25 de maio. Caso os russos da Criméia optem pela anexação à Rússia, será praticamente impossível evitar a formalização da ocupação russa. Em contrapartida, esse evento levará ao crescimento eleitoral do Svoboda na disputa presidencial. Nesse cenário, a posterior anexação militar pela Rússia das outras regiões habitadas por russos será concretizada, e a reação do governo nacionalista levará o pais à guerra com a Rússia. Para evitar que isso ocorra, é necessário que haja tempo para que os ânimos se acalmem e espaço para que os EUA, a UE e a Rússia tomem medidas conjuntas para evitar o colapso econômico do país. Evidentemente, a imposição de condições aos empréstimos feitos à Ucrânia, tais como a aceitação de políticas econômicas preconizadas pelo FMI, não se aplicariam. Os recursos poderiam vir de doações de Rússia, EUA e UE, e seriam administrados em comum acordo até a situação do país se estabilizar.

Nesse ínterim, um quarto passo consistiria em autorizar, via Conselho de Segurança, o envio de Forças de Paz compostas por tropas majoritariamente russas, mas com a participação menor da OTAN, para garantir a segurança da população russa no país. Os moldes seriam os mesmos da KFOR, de atuação no Kosovo e que contou, inicialmente, com participação russa. A administração dessa força estaria sob responsabilidade do Conselho OTAN-Rússia, órgão dentro da OTAN que trata da cooperação entre eles. Isso reativaria o órgão e evitaria que anos de cooperação entre as partes fossem perdidos caso haja uma ruptura em sua relação.

Embora não sejam de fácil implementação, essas medidas podem oferecer uma alternativa pacífica à resolução da crise, sem que a soberania territorial da Ucrânia seja violada e sem que os russos que habitam o país sejam vítimas de práticas discriminatórias. Além disso, o dialogo entre a Rússia e seus parceiros Ocidentais seria mantido, e haveria tempo para que a situação da Ucrânia se normalizasse e os elementos mais extremistas dessa crise perdessem o prestígio adquirido junto a seus simpatizantes. Se medidas nessa direção não forem adotadas, os problemas em breve serão bem mais complicados e, infelizmente, apenas o diálogo não será suficiente para resolvê-los.


[1] Esse trabalho foi escrito com base em entrevistas que tenho dado sobre os acontecimentos recentes na Ucrânia e debates que tenho participado sobre o assunto em programas de rádio e televisão. Caso haja interesse em fontes sobre as afirmações desse artigo, favor encaminhar um email para: fpmiel@gmail.com


NOTAS DO BLOGUEIRO

O vazamento de conversa telefônica citada pelo Prof. acima (está sublinhada no texto) comprovando que franco atiradores que matavam manifestantes em Kiev não eram a mando do Governo Yanukovitch, e sim dos extremistas que estavam orquestrando o golpe,  está aqui neste link abaixo: